Arritmias
09/03/2025Arritmias
A arritmia cardíaca é uma alteração no ritmo normal do coração. Em condições ideais, o coração bate de forma regular, graças a impulsos elétricos bem coordenados. Quando esses impulsos são gerados ou conduzidos de forma inadequada, ocorre a arritmia, que pode fazer o coração bater mais rápido, mais devagar ou de forma irregular.
Os mecanismos responsáveis pela ocorrência das arritmias cardíacas se dividem em três grupos:
- Distúrbio na formação do impulso: Alteração na geração do sinal elétrico.
- Distúrbio na condução do impulso: Comprometimento na transmissão do sinal elétrico pelo coração.
- Combinação dos dois mecanismos: Quando ocorrem alterações tanto na formação quanto na condução do impulso.
Tipos de Arritmia Cardíaca
Os diferentes tipos de arritmia estão relacionados à região do coração afetada e à natureza do ritmo alterado. Entre eles estão:
- Bradicardia:
Refere-se a um ritmo cardíaco mais lento que o normal, com batimentos abaixo do padrão esperado para uma pessoa em repouso, menor que 60 batimentos por minuto.
- Taquicardia
Refere-se a um ritmo cardíaco mais rápido que o normal, maior que 100 batimentos por minuto. Podendo ser:
- Taquicardias Supraventriculares:
São ritmos acelerados que se originam nas regiões superiores do coração. Geralmente, essas taquicardias estão associadas a fatores como tensão e estresse, que podem ocasionar batimentos adicionais e acelerados. Sendo a Fibrilação Atrial (FA) o tipo mais comum, caracterizada por impulsos elétricos desorganizados nos átrios. Essa condição pode levar ao acúmulo de sangue na cavidade atrial, formando coágulos que, se liberados na corrente sanguínea, aumentam o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
- Arritmias Ventriculares:
Caracterizam-se por batimentos rápidos e desordenados que se originam nos ventrículos. Essa condição pode comprometer a eficiência do bombeamento do sangue pelo coração.
Quais os sintomas das Arritmias ?
Os sintomas das arritmias variam de acordo com o tipo e a gravidade da alteração no ritmo cardíaco. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, enquanto outros apresentam queixas de:
- Sensação de palpitações, percebendo o coração batendo de forma rápida, forte ou irregular;
- Tonturas ou vertigens;
- Falta de ar (dispneia);
- Desconforto ou dor no peito;
- Em casos mais graves, episódios de desmaios ou sensação de instabilidade.
Tem cura?
A cura para as arritmias depende do tipo e da causa subjacente. Arritmias decorrentes de condições temporárias ou corrigíveis – como desequilíbrios eletrolíticos ou efeitos colaterais de medicamentos – podem ser resolvidas com o tratamento adequado. Por outro lado, arritmias crônicas podem não ter uma cura definitiva, mas podem ser controladas de forma a proporcionar uma boa qualidade de vida.
Há tratamento?
O manejo das arritmias envolve diversas opções terapêuticas, que incluem:
- Medicações: Utilizadas para regular o ritmo cardíaco e aliviar os sintomas;
- Procedimentos de ablação: Técnicas que eliminam as áreas responsáveis pela arritmia, interrompendo o circuito anormal;
- Implantação de marcapasso: Indicado para casos de bradiarritmias, bloqueios etc,, auxiliando na manutenção de um ritmo regular;
- Intervenções de emergência: Necessárias para estabilizar o paciente em situações críticas.
Qual médico devo procurar ?
A avaliação e o manejo das arritmias devem ser realizados por um cardiologista. Esse especialista é capacitado para solicitar exames específicos, como eletrocardiograma e monitoramento ambulatorial, permitindo o diagnóstico correto e a indicação do tratamento mais adequado. Caso haja disponibilidade no seu serviço do Cardio-Oncologista, consulte-o.
Dr Antônio Vitoriano
Acad. Artur Victor Cavalcante Medeiros
Acad. Maria Vitória Nobre Oliveira Lisboa da Trindade
Referências
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